domingo, 18 de setembro de 2011

DA - Módulo 1 "A Educação a Distância no Brasil e no Mundo"

Olá pessoal, estou finalizando hoje o primeiro módulo do curso de "Metodologia e Gestão em Educação a Distância". Neste primeiro módulo foi possível conhece a história da educação a distância que teve início com os cursos por correspondência e atualmente conta com diversos recursos para tornar eficiente esse tipo de modalidade de ensino.
O primeiro desafio foi a criação deste blog, acredito que o "desafio" maior não foi a criação, mas sim estabelecer uma linha de seguidores. A princípio a idéia seria de maior interatividade com os acadêmicos do curso, mas não houve êxito, mas foi possível interagir com alguns colegas e trocar experiências sobre o assunto.
Bem, o blog se manterá ativo e espero que ele ganhe mais seguidores, pois farei o mesmo em buscas de novos blogs para interação.
A todos que visitaram meu blog e me seguiu, meu muito obrigada!!!

Ensino à Distância X Ensino Presencial

 
Eis um tema que tem sido largamente debatido em congressos internacionais sobre educação à distância. Hoje, a nível teórico, é uma questão já superada… O mesmo não acontece do ponto de vista prático…
A necessidade de capital para investir em recursos que possibilitem o ensino à distância é ainda uma dor de cabeça. Para instituições de ensino presencial, existe o dito dilema de escolher onde alocar os recursos; nos projectos de ensino à distância, ou de ensino presencial ?
O receio de investir numa àrea onde o sucesso, por enquanto, não é uma coisa garantida, torna-se um catalizador para o desenvolvimento do ensino à distância. O importante ambas as estratégias (ensino à distância / ensino presencial) possam contribuir para ampliar em quantidade e qualidade as oportunidades educacionais que a instituição coloca à disposição da sociedade.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Educação a Distância: Acesso e Oportunidades para Todos..."

Gislaine Brasil Ribeiro Contijo
Pós Graduação "lato sensu" em Psicopedagogia
Mestranda em educação


Ao se falar em Educação a Distância não se fala de algo novo, inusitado. Nos anos 50, era comum ter-se notícias de cursos por correspondência. No ir e vir da comunicação da época – os correios – as pessoas procuravam, por correspondência, melhorar sua formação ou sua habilidade pessoal. Era uma busca de melhora profissional, de atualização. Era, também, uma necessidade de se manter, fazendo frente à concorrência do mercado. A aprendizagem se fazia em serviço.
Entre os cursos de que me recordo agora, posso citar o de professora de corte e costura, o de montador e reparador de rádios, o de eletricista, o de fotógrafo, o de desenho, o de línguas, o de mágico. Todos esses e tantos outros visavam habilitar pessoas que buscavam atualizar-se e aprofundar os conhecimentos ligados ao seu campo de trabalho, por isso lhes davam maior segurança para se manterem frente a profissionais concorrentes. Eram oferecidos pelo Instituto Universal Brasileiro – São Paulo, na década de 50 e funcionam até hoje. No Brasil, é a primeira modalidade a distância de que se tem notícia.
Na época, e eu não diria que hoje é muito diferente, esses cursos eram vistos de forma preconceituosa. A sociedade se recusava em aceitá-los como sendo uma forma diferente de se fazer educação.
Um pouco mais à frente, ou melhor, alguns anos depois, em diversos lugares do mundo, criaram-se universidades que, utilizando a modalidade a distância, conseguiram que vastos setores da população, até então marginalizados dos sistemas convencionais ou formais, pudessem ter acesso aos estudos universitários. Entretanto, persistiram a incredulidade, a suspeita ou a simpatia embora os campos temáticos de formação tivessem mudado e por trás existisse um aparato universitário respondendo pela seriedade da proposta.
Indagava-se acerca dos meios que davam suporte à transmissão dos conteúdos.
Como resposta a essas indagações, observava-se que os graduados da Fern Universitat alemã, os da Open University Britânica, os da Universidade Aberta venezuelana e tantas outras unidades acadêmicas competiam por postos de trabalho do mesmo modo que os alunos egressos das universidades convencionais.
Caminhando um pouco mais no tempo, contamos agora com os recursos tecnológicos como a Internet, as teleconferências e outros veículos que permitem o foro, a reunião e o debate de pessoas.
Os discos compactos são o suporte da última geração de guias para o aluno, com orientações para estudar e com atividades ou outras propostas que acompanham os programas de educação a distância. Os professores comunicam-se com seus alunos e os alunos, entre si, comunicam-se através do correio eletrônico. Será que a denominação Educação a distância não precisa ser mudada? Talvez seja a hora de voltar a defini-la.
A educação a distância, com características próprias tem, na atualidade, como foi exposto anteriormente, condição de utilizar como veículo para a comunicação as últimas conquistas da tecnologia: livros, discos compactos, vídeos ou transmissões de televisão, que permitem interações e a veiculação da proposta de ensino com agilidade e qualidade. Contudo, o valor da proposta, mesmo quando adota os últimos desenvolvimentos da tecnologia, continua residindo, como qualquer outra proposta educacional, na qualidade dos conteúdos e em suas propostas para o ensino.
É importante esclarecer que, para se ter um bom programa de estudos para a educação a distância, precisam-se prever:
            - conteúdos atualizados e enfoques novos, conceitos relevantes de um campo do conhecimento que suscitem ou desenvolvam polêmicas e reflexões;
           - um corpo docente preocupado com a compreensão dos estudantes, estejam eles em um espaço público ou no espaço virtual;
           - docentes preocupados com a pesquisa em seu campo, bem como no método que venha a favorecer os processos de aprendizagem;
           - um ensino a distância, da mesma forma que o ensino presencial, tem por trás um grupo de docentes que se dedicam à pesquisa e escrevem os programas, os guias de estudo, as atividades, os textos e indicam bibliografias complementares. Também uma equipe de apoio que cuida dos aspectos tecnológicos da elaboração dos materiais.

É esse trabalho de qualidade que proporciona a qualidade do programa ou do projeto. Se, além da qualidade do material fica assegurada, efetivamente, a relação do aluno cursista com o seu professor/tutor através de encontros mensais, e-mail, fax, correio, telefone e outras formas de comunicação, hoje possíveis, e se as dúvidas, os questionamentos, as perguntas dos estudantes são, não só respondidas, mas estimuladas a acontecer, estamos falando de educação. E é educação no seu verdadeiro sentido político, e dialógico, como diria Paulo Freire, permitindo, não obstante as distâncias, os isolamentos e as dispersões geográficas, a dialogicidade, a aprendizagem, a ressignificação de histórias de vida e de práticas pedagógicas.
Considero oportuno o recorte da obra de Linhares (2001:p.37) onde ele se expressa a respeito da educação contemporânea e as novas tecnologias.
 
“ o impacto das transformações de nosso tempo obriga a sociedade, e mais especificamente os educadores, a repensarem a escola, a repensarem a sua temporalidade”.
Mais adiante ele continua:
 
“Vale dizer que precisamos estar atentos para a urgência do tempo e reconhecer que a expansão das vias do saber não obedece mais a lógica vetorial. É necessário pensarmos a educação como um caleidoscópio, e perceber as múltiplas possibilidades que ela pode nos apresentar, os diversos olhares que ela impõe, sem contudo, submetê-la à tirania do efêmero”.
Achamos oportuna as citações acima porque estamos escrevendo sobre um ensino que, entre outros recursos, utiliza, como veículo para a comunicação, as últimas conquistas da tecnologia. Esteja o aluno a doze quilômetros de distância e outro a quatrocentos, receberão as propostas e orientações de forma similar e no mesmo espaço de tempo. O distante ficou perto.
Finalmente, como afirma Letwin (1997:p. 9),
 
... “na virtualidade tais encontros são possíveis. Talvez tenhamos que dar um outro nome para a educação a distância, visto que hoje ela já não se define pela distância. O que seguramente não vamos mudar é sua definição de educação e a busca de produzir um bom ensino, do mesmo modo que em qualquer outra proposta educativa”.

   
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LITWIN, Edith. (org.) Tecnologia Educacional – política, histórias e propostas. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1997.
NÓVOA, Antônio (org.). Os professores e a sua formação. Lisboa, Portugal: Publicações Dom
Quixote Ltda, 1995.
___________________. Concepções e práticas de formação contínua de professores. In:Formação Contínua de Professores: Realidades e Perspectivas. Aveiro: Universidade de
Aveiro, 1991.
Projeto Veredas – Formação Superior de professores. Curso a distância. Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2002.
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 21 ed. São Paulo: Cortez, 2000.
SILVA, Mozart Linhares da. A urgência do tempo: novas tecnologias e educação contemporânea. In: ____ (org.) Novas Tecnologias: educação e sociedade na era da informática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, p. 11-38.


Artigo na Íntegra: http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/3813/educacao-a-distancia-modalidade-de-ensino-para-grandes-distancias-desigualdades